” A criatura balançou alegremente, abrindo um largo e mudo sorriso, empurrada com carinho pelo destino, como se balança uma criança. O embalo era sereno, delirante, mas durou pouco; logo aqueles braços fortes puxaram o corpo até ao topo da muralha. Nesse instante, a loucura do interior do lugar passou também a morar frequentemente do lado de fora. “
Asilo de Emoções é uma história cativante, que
emociona e desperta o interesse do leitor da primeira à última página. De forma
delicada e poética, retrata o dia-a-dia de um asilo a partir da chegada de
Setenta, uma senhora iluminada, que irá transformar muitas vidas através de
suas palavras de solidariedade e gestos de amor ao próximo.
A narrativa evidencia o descaso e o desrespeito em que
vivem milhares de brasileiros, jogados e abandonados à própria sorte, em
instituições públicas e até mesmo privadas. Recheada de lirismo, a obra é
virtuosa por mostrar que a velhice é uma fase da vida que pode ser vivida com
muita intensidade.
Com uma visão realista, porém otimista, Miguel
Patrício construiu um belíssimo trabalho, de muita sensibilidade e paixão. Sua
escrita é clara, correta e acessível, o que contribui para o alto nível do
texto e a perfeita compreensão da mensagem. Uma leitura agradável e prazerosa.
“Borboletas são flores sem
hastes”. Disse, certa vez, Cecília Meireles, demonstrando sua admiração e
carinho para com as borboletas. Sentimentos, esses, compartilhados por Miguel
Patrício que vai além: busca uma necessidade de proteção para as mais belas e
mais frágeis criaturas da natureza.
Sua preocupação com as
borboletas leva-o a despertar para si o desejo de falar com os animais. Dessa
forma imaginária, poderia contribuir para a segurança desses montinhos de
ternura levados pelo vento, roçando as pontas das árvores, atravessando
rodovias, pousando nas flores da beira do caminho.
Na perfeita ilustração de
Eurípedes Castilho, a narrativa infantil de Miguel Patrício atinge a
sensibilidade de crianças e adultos. É contagiante a mistura de cores e o
encanto do bando de borboletas que povoam as páginas do livro.
Certa vez, a morte vestiu sua túnica negra, pousou
a foice nas costas e caminhou decididamente em direção ao Triângulo Mineiro. Um
“serial killer” fez o sangue correr naqueles campos verdes, espalhou o terror e
desafiou o País no auge da Ditadura. Habitantes de pequenas cidades e zona
rural escondiam-se, como animais em suas tocas, aos primeiros sinais do
anoitecer. Sabiam que o diabo estava lá fora.
A maior força-tarefa militar da época foi
mobilizada para a região. À frente partia o Tenente Oliveira, um oficial
atormentado por suas escolhas em busca de um assassino atormentado por seu
passado. Contracenando com a bela Cecília e o enigmático professor Francisco, o
oficial inicia a caçada, sem saber que nesse caminho
também estava camuflada a razão para a sua existência.
“O diabo está lá fora” é uma história baseada em
fatos reais. Traça o perfil do assassino a partir de relatos, documentos e entrevistas
com testemunhas da época. Medo e emoção tomam conta do Triângulo Mineiro, palco
de um dos maiores crimes em série da história do País. Desde a primeira página,
você viaja no tempo e se transporta para o centro da aventura, como um
verdadeiro personagem.